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terça-feira, 22 de maio de 2012

Carta para todas as equipes do mundo

Queridos amigos equipistas do mundo inteiro,
O grande Encontro Internacional de Brasília está muito próximo. Ele será uma grande festa de amizade, de fraternidade, de internacionalidade. Mas será também, temos certeza, uma intensa experiência de partilha e de crescimento na fé : estaremos todos juntos reunidos em nome do Senhor e refletiremos juntos sobre o tema do Encontro, « ousar o evangelho » para voltarmos para nossas casas « novos » : novos na vida e na fé.
Ousar o evangelho não deve ser somente o título deste  XI° encontro, mas deve tornar-se um sinal forte em nosso espírito e em nosso coração para nos levar a uma conversão total a Deus. Nossa época exige verdadeiros testemunhos da fé e verdadeiros missionários da Boa Nova: com alegria e entusiasmo devemos aceitar esse desafio de mudar o mundo para melhor !
Os equipistas nos  70 países onde o Movimento está presente são cerca de 120.000: deste grande número, somente cerca de 8000 poderemos viver no local a experiência do Encontro, mas, os que partem, levam consigo todos os irmãos de sua própria equipe e de seu próprio país e os que retornam levarão as graças recebidas para todos esses irmãos.
Todos os que ficarem não devem se sentir fora desta experiência : todos devem sentir-se  envolvidos, rezando juntos com seus irmãos que estarão em Brasília, acompanhando pelo site e de todas as maneiras possíveis a realização do Encontro.
A todos os equipistas do mundo é confiado o bom êxito deste XI° encontro e a todos os equipistas do mundo pedimos hoje para rezar todos os dias a oração ao Espírito Santo para que Ele possa iluminar e estar presente neste acontecimento.
Esta oração recitada em cada parte do mundo deverá ser a voz que, em plena harmonia, chegará ao céu, recolhida certamente pelo padre Caffarel que será para nós um anjo guardião e nos dará uma vez mais a chance de « procurar juntos » o caminho da fé nas veredas da história.

Volpini

quinta-feira, 17 de maio de 2012

ESPIRITUALIDADE DE MARIA DE NAZARE


“Nunca, jamais, desanimeis, embora venham ventos contrários.” Santa Paulina

Maria de Nazaré, a Mãe de Jesus, desde a anunciação do Anjo até o fim de sua vida viveu para servir à Trindade Santa servindo-a em seu Filho Jesus. Viveu em função dele e se tornou a discípula mais fiel, sua missionária atuante junto a Igreja nascente. Permaneceu com as discípulas e discípulos nos sofrimentos e alegrias (cf. Jo 19, 25-27; At 1,14). Serviu a Igreja e todas as pessoas, em quem via a imagem e semelhança de Deus, portanto irmãs e irmãos conquistados por Jesus. Foi na cruz que ele no-la deu como Mãe e ela nos aceitou como filhas e filhos. Podemos chamá-la com o terno nome de Mamãe querida! Deus, o ABBÁ, tornou-a nossa Mãe e sua Mãe. Que presente! Somos filhas e filhos amados de Deus e de sua Mãe, que jamais duvidou de suas promessas.
Maria ao comprometer-se com a encarnação de Jesus afirmou: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo tua palavra”. Viveu para servir. Serviu por amor todas as pessoas. Seguiu Jesus que afirmou: “Eu vim para servir. Tive fome, sede, estava enfermo e no cárcere, era estrangeiro e me acolhestes. Tudo quanto fizerdes ao menor dos meus irmãos é a mim que o fazeis. Quando rezarem, digam: Pai Nosso... Como o Pai me amou também vos amo. Permanecei no meu amor. Eu vos dei o exemplo. Façam como eu fiz e em minha memória. Quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida. Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância. Não tenham medo. Estarei sempre convosco, até o fim dos tempos”.
Maria seguiu estes e outros ensinamentos de Jesus. Ela nos aponta Jesus o único caminho, verdade e vida. Sua espiritualidade forte e terna, dinâmica e materna sempre se norteou pela vontade do Pai e guiada pelo Espírito Santo serviu o Reino de Deus escolhendo, como Jesus, viver como pobre entre os pobres para que eles conseguissem sua libertação, e libertos, promovessem seus irmãos e irmãs. A espiritualidade de Maria é transformadora, sem medo de assumir riscos, encarnada na realidade, profundamente humana, como humano e divino foi Jesus.
Permaneçamos com Maria, nossa querida Mamãe e com ela sigamos Jesus rumo à nova sociedade, onde reinará a fraternidade dos filhos e filhas amadas de Deus Trino. Nesta sociedade reinará a paz, fruto da liberdade, da solidariedade, da justiça. Todas as pessoas, convertidas para o amor serviço se ajudarão mutuamente e haverá “um só coração e uma só alma”.
Que Maria, Mãe de Deus e nossa guie nossos passos no caminho da felicidade cujo autor é Deus, nossa saudade.
Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição

SÃO FRANCISCO E A PACIÊNCIA


Por Frei Edson Matias, OFMCap.

Francisco sabia de que barro era feito. Conhecendo sobre si mesmo vislumbrava o abismo do coração do homem. Sabia que o mundo da virtude não excluía a finitude, mas a segurava em plena vista. Perder de horizonte nossas fraquezas, para ele, era cair no orgulho. Este procura motivos para se vangloriar. Quem faz isso, o santo sabia muito bem, que não servia a não ser ao espírito da carne.

Era assim em todo o proceder do pobrezinho de Assis. Ao tratar de uma virtude, relembrava primeiro de que “esterco” tinha em si. Entretanto, “esterco” (limitações, orgulho) é algo difícil de entender hoje, pois temos uma pseudo espiritualidade que muitas das vezes é alicerçada no próprio orgulho. Por exemplo, se confunde hoje espiritualidade com pieguismo, devocionalismo e até mesmo com hipersensibilidade. Nada disso diz da espiritualidade vivida por Francisco. Era uma vivência vigorosa que aceitava, enfrentava e transformava em vigor até mesmo coisas absurdas para nós hoje. Até mesmo as limitações eram muitas vezes causa de alegria. Ou melhor, de uma verdadeira alegria: estar mais perto do Amado.

Ao tratar da virtude da paciência diz o santo na Admoestação 13:

1 Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9). O servo de Deus não pode saber quanta paciência e humildade tem em si, enquanto tudo acontece como ele quer. 2Mas quando vier o tempo em que os que lhe deveriam dar prazer fizerem o contrário, a paciência e humildade que tiver nessa ocasião é tudo que tem e nada mais. (Adm 13).

Aqui não sobra lugar para orgulho, em suas desculpas e justificativas para se colocar em um patamar melhor. Ninguém sabe quem se é realmente até que surja uma adversidade. O paciente somente se apresentará quando isso for requisitado dele. Ou seja, qualquer caminho – ‘espiritualidades’ – que tente o ser humano a fugir das situações conflitivas, tirando ele do cotidiano da vida, vai contra esse modo de viver dos primeiros franciscanos. Por isso, que as novas espiritualidades, nascidas de correntes pentecostais e neo-pentecostais da atualidade, em muitos aspectos vão na contramão da proposta franciscana.

Ao fim da admoestação 13 vemos no momento da angustia que se revelará o que temos. Parece até trágico, mas é de uma realidade cortante. Quando chegar esse momento conflitivo vai se revelar o que somos e nada mais. A espiritualidade proposta por Francisco é vibrante, realista e mata com qualquer esperança superficial. Ele desce onde o homem se encontra e dali pode vislumbrar o crucificado.

A proposta de Francisco é difícil de ser vivida. Não é florilégios ou coisa ‘bonitinha’, mas profunda e intensamente humana-divina.
Site: Reflexões franciscanas

quarta-feira, 2 de maio de 2012

COMO SUPERAR AS INFIDELIDADES, TRAIÇÕES E CRISES NO SEU MATRIMÔNIO?




1)- Crises no matrimônio e fidelidade conjugal



Este ideal de fidelidade conjugal nunca foi fácil (adultério é uma palavra que ressoa sinistramente até na Bíblia); mas hoje a cultura permissiva e hedonista na qual vivemos o tornou imensamente mais difícil.

A alarmante crise que a instituição do matrimônio atravessa em nossa sociedade está à vista de todos. Legislações civis, como a do governo espanhol, que permitem (e indiretamente, de tal forma, estimulam!) iniciar os trâmites de divórcio apenas poucos meses depois de vida em comum.

Palavras como: «estou farto desta vida», «se é assim, cada um por si!», «vou embora», já se pronunciam entre cônjuges diante da primeira dificuldade (dito seja de passagem: creio que um cônjuge cristão deveria acusar-se em confissão do simples fato de ter pronunciado uma destas palavras, porque o simples fato de dizer é uma ofensa à unidade e constitui um perigoso precedente psicológico).

O matrimônio sofre nisso a mentalidade comum do «usar e jogar fora». Se um aparelho ou uma ferramenta sofre algum dano ou uma pequena avaria, não se pensa em repará-lo (desapareceram já aqueles que tinham estes ofícios), pensa-se só em substituir. Aplicada ao matrimônio, esta mentalidade resulta mortífera.

 O que se pode fazer para conter esta tendência, causa de tanto mal para a sociedade e de tanta tristeza para os filhos? Tenho uma sugestão: redescobrir a arte do remendo! Substituir a mentalidade do «usar e jogar fora» pela do «usar e remendar».

Quase ninguém faz remendos mais. Mas se não se fazem já na roupa, deve-se praticar esta arte do remendo no matrimônio. Remendar os desgarrões. E remendá-los rapidamente.

São Paulo apesar de CELIBATÁRIO, dava ótimos conselhos ao respeito:

«Se vos irais, não pequeis; não se ponha o sol enquanto estejais irados, nem deis ocasião ao Diabo», «suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente se algum tem queixa contra outro», «ajudai-vos mutuamente a levar vossas cargas» (Ef 4, 26-27; Col 3, 13; Ga 6, 2).
 
O importante que se deve entender é que neste processo de desgarrões e recosidos, de crises e superações, o matrimônio não se gasta, mas se afina e melhora. Percebo uma analogia entre o processo que leva a um matrimônio exitoso e o que leva à santidade.

Em seu caminho rumo à perfeição, nenhum impulso, tem aridez estão vazios, fazem tudo à força de vontade e com fadiga. Depois desta, chega a «noite escura do espírito», na qual não entra em crise só o sentimento, mas também a inteligência e a vontade.

Chega-se a duvidar de que se esteja no caminho adequado, se é que acaso não foi tudo um erro, escuridão completa, tentações sem fim. Segue-se adiante só por fé.

Então tudo se acaba? Ao contrário! Tudo isto não era senão purificação !!!

Depois de passar por estas crises, os santos percebem quão mais profundo e mais desinteressado é agora seu amor a Deus, com relação ao do começo.
A muitos casais não será custoso reconhecer nisso sua própria experiência. Também terão atravessado freqüentemente, em seu matrimônio, a noite dos sentidos, na qual falta todo êxtase daqueles, e se alguma vez houve, é só uma lembrança do passado.

Alguns conhecem também a noite do espírito, o estado em que entra em crise até a opção de fundo e parece que não se tem já nada em comum.
Se com boa vontade e a ajuda de alguém se conseguem superar estas crises, percebe-se até que ponto o impulso e o entusiasmo dos primeiros dias era pouca coisa, com relação ao amor estável e a comunhão amadurecidos nos anos.

Se primeiro o esposo e a esposa se amavam pela satisfação que isso lhes procurava, hoje talvez se amam um pouco mais com um amor de ternura, livre de egoísmo e capaz de compaixão; amam-se pelas coisas que passaram e sofreram juntos.

2)- Casamento, do fracasso à vitória!!!



Hoje costuma-se dizer que a familia fracassou, que a instituição familiar como se conhece “tradicionalmente” esta falida. 

E com base nessa afirmação vão se criando opções e conceitos “novos” de familias, assim também o divorcio passa a ser cada vez mais uma característica dessa “novidade” de conceitos e até mesmo um sinal de modernidade. 

E a conseqüência disso é clara, pois quando passamos a acreditar no divorcio passamos a desacreditar do casamento, da familia.
O Padre Cormac Burke no livro Amor e Casamento diz o seguinte:

“O casamento é, obviamente, uma das tendências mais naturais da natureza humana. Ora, se é assim, parece difícil imaginar que, em circunstâncias normais, seja natural que o casamento fracasse. Se tantos casamentos fracassam hoje em dia, talvez seja porque as circunstâncias que cercam o matrimônio já não são normais. Ao invés de o casamento estar fracassando para o homem, não será o homem que vem fracassando em relação ao casamento? Não sera que o erro, ao invés de residir no casamento, reside no homem moderno, e mais especialmente no modo como ele encara o casamento?” 

São muito perspicazes essas palavras, pois elas remetem a responsabilidade do “fracasso” do casamento ao homem e não a instituição matrimonial. 

Não é o casamento ou a familia que tem fracassado para o homem de hoje, mas é o homem com sua “nova” maneira de ver, com suas diversas linhas de pensamentos, ideologias, modas, que tem fracassado para o matrimônio.
A não falência, o não fracasso do casamento é algo até óbvio, pois nossa fé Católica nos ensina que o matrimônio é uma Instituição Divina, é um sacramento, é um sinal visível da graça invisível de Deus, ou seja, antes de ser algo natural, porque faz parte da natureza humana, o matrimônio é Vontade de Deus, a familia é uma Instituição Divina, e o que é Vontade de Deus não pode fracassar, não pode falhar! 

O matrimônio sendo um sacramento deve ser sinal do que ele representa: o amor de um homem por uma mulher assim como a geração de filhos, são sinais visíveis, palpáveis do Amor de Deus pelo homem, a aliança que homem e mulher fazem diante do altar é um sinal da Aliança de Amor que o Senhor fez com o homem no altar da Cruz. 

Ora, sabendo que “nada pode nos separar do amor do Senhor”(Rm 8, 35), sabendo que o Amor de Deus pelo homem não fracassou, é claro que o matrimônio não é uma Instituição falida ou fracassada, mesmo que pesquisas digam o contrario.

Se o teu casamento esta, aparentemente, fracassado, falido, se você esta querendo desistir da tua familia, existe uma solução: Deus! Ele é a origem, ele é o Doador desse Dom, volte-se para Ele. 

Se você tem visto que a tua familia esta um caos, clame o Espírito Santo, pois como nos diz a Palavra do Senhor:

 “A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.” (Gn 1, 2)
 Clame ao Espírito Santo pedindo a Ele que venha ordenar o que esta desordenado no seio de tua família.

Pois o Espírito Santo tem o poder de renovar o teu matrimônio e essa renovação da tua familia começa com a renovação em você!

 Por Frei Raniero Cantalamessa - ofmcap, Pregador do Vaticano, Zênit